segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

2 DE FEVEREIRO (O Profano)

Primeira parte cumprida com louvor. Lá vamos nós, mas agora sem obrigações, oferendas e pedidos. Tiramos menos tempo de almoço e adiantamos os jobs, tudo isso pra poder sair um pouquinho mais cedo e curtir a parte profana da festa.
Estava escrevendo uma mensagem no celular enquanto saía do estacionamento, foi quando do nada, senti uma pancada na minha porta.
-POOOOOORRA!
-O QUE FOI ISSO?
-Me dê essa merda desse celular. Que droga! Ta vendo ai, fica mandando mensagem e dirigindo ao mesmo tempo. Pra quem é que você tanto manda mensagem?
-Isso não interessa agora. Tenho que ver o que aconteceu com o carro.
Por um instante pensei que alguém tivesse atirado um tijolo ou uma pedra, sei lá. Parei o carro e olhei toda a lateral. Muito estranho... nenhum arranhão, nenhuma mossa, NADA! Entrei no carro ainda assustada sem entender o que tinha acontecido. Foi quando a caminho do Rio Vermelho, eu e a minha mania de andar com o vidro aberto, apertei o maldito botãozinho.
-Grraaakaarraaaaaaaakkkkkk
-JÁ SEI!! O elevador quebrou.
-Oxeee! Você agora é mãe Diná? Adivinha até quando o elevador do seu prédio quebra?
-kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
-O elevador do vidro, uma pecinha que faz ele subir e descer, entendeu?
-Ah!
Depois de um empurrãzinho daqui e uma puxadinha de lá conseguimos fechar. Procuramos uma vaga num lugar bem pertinho da festa pra não ter problema na hora de ir embora.
O show de Márcio Mello já tava rolando. Ficamos ali dançando, todo mundo muito “animadinho”, chegava um, aparecia outro... De repente Rebeca se esbarra numa louca de chapéu Panamá, que cambaleava trocando as pernas enquanto andava. Tinha os dedos contorcidos e travados, mas mesmo assim segurava uma latinha de cerveja numa mão e o cigarro na outra. Ah! Tinha esquecido... a “travada” era amiga de Rebeca.
-Mariiiiiiiiiiia, não acredito!!
Maria estava tomada pela emoção, e bote "tomada" nisso! Essas festas religiosas costumam emocionar as pessoas, ainda mais quando são devotas de Nossa Senhora da cerveja.
-Rebeca! Eu não to chorando. É que eu passei protetor solar no rosto e acho que caiu um pouco no olho, aí fica assim... (com todas as pausas possíveis para alguém que ingeriu determinada quantidade de álcool)
E ela contava essa mesma estória pra todo mundo que encostava. Eramos 8 pessoas, quase todas comuns, isso mesmo, QUASE! Porque no meio do anonimato havia uma celebridade internacional...
-Maria, esse aí que você ta conversando é Mano Chao
-É O QUE?
-Mano Chao
-Você é Mano Chao?
Tímido, Mano Chao respondia apenas com a cabeça as tantas perguntas feitas para confirmar sua identidade.
-Ah! Pra cima de mim...Você é Mano Chao? Você nem gringo é, você é gringo? PORRA NENHUMA! Você é o Mano Chao do Pelourinho, isso sim!
E não teve Yemanjá que fizesse ela acreditar.

Um comentário:

  1. kkkkkkkkkkkkkkkkkkk. A de Manu Chao foi a da noite!! Aliás aquela festa tinha um monte de Curupira solto na rua.

    Bjs

    Rebeca

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